quarta-feira, 4 de julho de 2012

Gravação


Eu sinto falta...eu sinto falta dos meus filhos.
As pessoas indo e vindo sem tempo. As pessoas não param pra fazer nada.
Eu acho. E você?
Eu não gosto de multidões, não. Aglomerações de pessoas nunca sai coisa boa. Porquê? Háá, o povo quando se junta é meio ignorante.
Quando eu me sinto mais sozinho? Essa daí é uma pergunta interessante. Você fala sozinho, assim, num tempo meu?
Feio é falta de educação. Gente que não dá bom dia, boa tarde.
Oi, você sabe onde fica tal canto? Esse dia eu mandei a mulher ir pro lugar errado de maldade!
O que eu acho bonito? O céu quando dá pra enxergar. O céu é bonito quando você consegue enxergar.
Quando você olha pro céu de São Paulo e quando você olha pro céu de Campinas você vê diferença. Não vê?
A arte fica meio, assim, distante. Tem uma banca ali que eles vendem o livro a vinte reais. Eu não tenho vinte reais pra comprar um livro.
Por exemplo, ali tem um fauno. Eu acho aquele fauno meio feio.
O povo brasileiro que tem cultura mesmo é um povo que tem e que foi ensinado lá trás. Eu, por exemplo, na minha classe não sabe nem o que é cultura.
Eu acho isso, e você?
Pergunte, porque até agora você não perguntou nada. A gente tá só conversando.
Um bando? Olha, depende do bando, viu. O bando humano não pode nada. Porque? Porque é como eu falei pra você, a aglomeração faz com que as pessoas se esqueçam, vamo dizer assim, se esqueçam um pouco da sua essência.
Quando junta, os humanos juntam, um quer fazer, mas o outro quer encostar.
É diferente dos animais que, por exemplo, um faz e no dia seguinte fala pro outro: amanhã é você que vai fazer!
Os golfinhos nadam tudo junto.
A única vez que você vê um bando junto é quando tem alguma relação inter-pessoal.
Fora isso é um monte de gente estranha.
Por exemplo, pato quando vai para o sul você já percebeu que eles vão em bando, né? Mas pomba nunca voa em bando. Não?  Pomba não. Você pode perceber. Geralmente é duas, três, no máximo quatro.
Quando elas tem comida, aí elas se junta. Mas você pode perceber, cada uma vem de um canto diferente

quinta-feira, 28 de junho de 2012

recortes da tota:

 A distância entre elas era enorme.
 Hoje sobrevoei a cidade e percebi que elas andam em bando.
 Se uma morresse logo apareceria outra em seu lugar...
e outra
 e outra, e outra...
Estou em Paris!!
Entendi, haha, entendi... E o que será das pombas?
Não olhava pra ninguém, niguém olhava pra ela.
 Interessante, ontem peguei um ônibus com uma pomba e ela me disse que...
 
 Estúpida!
Calma!
Estúpida!
Calma!
Idiota!
Tranquila!

O que pode um bando?
 
Um bando pode esmagar, invadir, sorrir.
Um bando pode esquecer, mas um do bando pode lembrar.
Pode imprir, comprimir, roper.
Ele pode esconder e evidenciar. Um bando de nada, cada, um, pode, nadiar, bandido.
 
Quando vc se sente sozinho na cidade?
 
Muita gente junta, com objetivos a seguir andando cada um pra um lugar. 
Na faixa cheia e vazia. 
Quando estou sozinha andando nas ruas de bares sorridentes e alegres de acool, no bus extremamente lotado.
 
Obs: Não gostei desse texto, parece um pomba que escreveu... Não sei essa frase significa também... As pombas podem ser inteligentes..

segunda-feira, 25 de junho de 2012

construindo o diálogo

meus recortes:

(do texto do pal pelbart)

um som que cada uma emite quando põe o pé na estrada.

a alma só se realiza pondo o pé na estrada, exposta a todos os contatos.

iguais acordos e acordes, mesmo fugídios.

(da clarice)

sobreviver chama-se manter luta contra a vida que é mortal.

o corpo avançando atrás da cabeça.

ser galinha é a sobrevivência da galinha.

(da juju)

uma mão lava a outra? uma cabeça pensa melhor que duas?

(das minhas respostas às perguntas da carol)

sempre. sozinho é estado ser. sozinho é o que já é. é dentro de si que se vê o mundo. sozinho é universo.

só. só. só. só. só. só. só. só. só. só. só. só.

um bando pode conter multidões. conter: ação de segurar, de impedir, de bloquear. conter: não ação - estar preenchido, já ser.

quinta-feira, 31 de maio de 2012

fotografia em tempos lentos


feita em ambiente fechado, testamos também a possibilidade de criar a iluminação a partir do mivimento. Aqui, toda a luz da foto estava literalmente dançando na mão da juju...

fotografia em tempos lentos



Outro exemplo do trabalho com as fotos de longa exposição.
Aqui dá para notar com mais detalhes o trabalho da criação do movimento na e para a foto. São três posições bem marcadas e, de forma mesnos nítida, o movimento entre elas. Há também um jogo entre o movimento e os limites do quadro escolhida para fazer a foto [preencimento]. As luzes no fundo, bemn marcadas, são dos carros que passavam no balão do castelo e deixaram também seu rastro, mais acelerado e de luz bastante intensa. Os desenhos das pedras portuguesas nos ajudaram aqui a compor a profundidade da cena.
Temos conversado bastante sobre a ideia de fazer "cenas urbanas", mesclando lentidão+movimentos tridimensionais+fotografia...
Queremos agoras fazer com mais gente, 2, 3. 4 e 5 belas moças dançando!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

fotografia em tempos lentos





Fotografia em tempo lento
balão do castelo, campinas, sp...

a proposta é casar imagens urbanas, cenários, com movimentos tridimensionais, usados pelo grupo em seus ensaios para compor uma cena, uma técnica mista.

RATOS URBANOS (proposta de dança educativa contra o acúmulo de lixo e sujeira nas ruas e nas casas)

TATOS URBANOS (proposta de dança interativa para cegos)

PATOS URBANOS (proposta de dança pra criança - a favor do banho)

MATOS URBANOS (proposta de dança ecológica)

CHATOS URBANOS (sobre paulistanos ou qualquer outro morador arrogante de cidade capital de estado)

GATOS URBANOS (proposta de dança com go go boys)

FATOS URBANOS (proposta de dança revista - jornalística pseudo militante)

HIATOS URBANOS (proposta de dança sobre o clichê da solidão na cidade grande)

JATOS URBANOS (proposta de dança educativa contra o ato de urinar ou  vomitar  na rua)

NATOS URBANOS (proposta de dança documentário cansativa e sem propósito sobre todas as pessoas que nasceram em cidades urbanizadas como se isso fosse interessante por si só)

CONTRATOS URBANOS (dança dando dicas imobiliárias sobre onde investir o seu business na cidade grande)

BARATOS URBANOS (dança minissérie sobre conflitos adolescentes dos anos 60, nos padrões tv globo, sem drogas, sem violencia e sem sexo)